A ecologia evolutiva da plasticidade fenotípica em táxons de organismos: uma breve revisão
v. 3 n. 2, fasc. 3 (2020) - Dossiê Filosofia & Biologia (Fascículo 3) • Revista Helius
Autor: Rogério Parentoni Martins, Rodrigo Lima Massara, Cristiane Xerez Barroso
Resumo:
Atualmente, a plasticidade fenotípica é bem conhecida em táxons de organismos unicelulares e pluricelulares em todo o mundo. Ela resulta da evolução de características dos organismos devido às suas interações com fatores ambientais. A plasticidade fenotípica apresenta uma base genética sólida e resulta de interações complexas entre genes, desenvolvimento e epigenética. Embora o conceito de plasticidade fenotípica tenha sido relativamente bem definido pelos biólogos evolutivos, suas manifestações são bastante diversas e dependem de mecanismos de desenvolvimento, genéticos e epigenéticos que influenciam o tamanho, a forma, a fisiologia e o comportamento dos fenótipos. As bases conceituais desses mecanismos precisam ser esclarecidas para facilitar a comunicação entre biólogos evolutivos e público em geral. Nós compilamos os conceitos mais importantes sobre as manifestações da plasticidade fenotípica tanto ecológica quanto evolutiva. Revisamos as manifestações fisiológicas, morfológicas e comportamentais da plasticidade fenotípica dos táxons de organismos. Plantas são provavelmente mais plásticas fisiologicamente e morfologicamente do que animais vágeis, os quais, por sua vez, são aparentemente mais plásticos em termos de comportamento do que as plantas. Devido às restrições metabólicas a que animais e plantas estão sujeitos, a temperatura é provavelmente o principal fator universal que promove respostas plásticas nos organismos. Como as condições climáticas desencadeiam respostas plásticas rápidas dos organismos, é importante saber sobre a ecologia e a evolução subjacentes a essas respostas para prever as consequências dos efeitos climáticos globais sobre a biodiversidade.
Abstract:
Currently, phenotypical plasticity is well known across unicellular and multicellular organism taxa around the world. It results from the evolution of organisms traits due to their interactions with environmental factors. Phenotypical plasticity has a firm genetic background and results from complex interactions among genes, development, and epigenetics. Although the concept of phenotypical plasticity has been relatively clearly defined by evolutionary biologists, its manifestations are very diverse and depend on developmental, genetic and epigenetic mechanisms that influence the size, shape, physiology, and behavior of phenotypes. The conceptual bases of these mechanisms need to be clear to facilitate communication among evolutionary biologists and the general public. We compiled the main important concepts regarding phenotypic plasticity manifestations either ecologically or evolutionary. We reviewed the physiological, morphological and behavioral manifestations of phenotypic plasticity across organisms taxa. Plants are probably more physiological and morphological plastic than mobile animals, which are apparently more behaviorally plastic than plants. Due to metabolic constraints that both animals and plants are subjected, the temperature is probably a major universal factor in eliciting plastic responses in organisms worldwide. Therefore, because climatic conditions trigger rapid plastic organisms responses, it is important to know about the ecology and evolution underlying these responses to predict the global climatic effects on biodiversity.
ISSN: 2357-8297
Texto Completo: https://helius.uvanet.br/index.php/helius/article/view/204/204
Palavras-Chave: Adaptação. Fenótipo. Seleção natural. Revisão. Diversificação de espécies. Aquecimento global.
Revista Helius
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