Autor: ANDRÉ BRAYNER DE FARIAS1

Resumo:

Dificilmente podemos chegar a uma justa classificação para enquadrar a obra de Vilém Flusser. Do ponto de vista da filosofia ela soa muito literária; do ponto de vista da literatura, ela deve parecer muito filosófica. De fato, precisamos encontrar um lugar entre a filosofia e a literatura para entender o procedimento ficcional deste ensaísta sui generis. Flusser sustenta a ideia de que toda forma de conhecimento é algum tipo de ficção, seja um ensaio filosófico, uma teoria científica ou um romance. Mas, se podemos reconhecer o estilo ficcional de Flusser em seus ensaios, é na obra Vampyroteuthis infernalis, escrita em parceria com Louis Bec, que a ficção filosófica de Flusser se realiza plenamente. Este ensaio pretende ser uma experimentação de filosofia ficcional, onde criamos uma categoria de análise, a zoontologia, cujo objetivo será o de levar adiante a provocação flusseriana sobre o que deve ser pensar a realidade: não descobrir verdades e falsidades, mas inventar saídas para nossos impasses e armadilhas intelectuais.

Abstract:

We can hardly arrive at a fair classification to frame Vilém Flusser's work. From the point of view of philosophy, it sounds very literary; from the point of view of literature it must seem very philosophical. In fact, we need to find a place between philosophy and literature to understand the fictional procedure of this sui generis essayist. Flusser holds the idea that every form of knowledge is some kind of fiction, be it a philosophical essay, a scientific theory, or a novel. But, if we can recognize Flusser's fictional style in his essays, it is in the work Vampyroteuthis infernalis, written in partnership with Louis Bec, that Flusser's philosophical fiction is fully realized. This essay intends to be an experimentation of fictional philosophy, where we created a category of analysis, zoontology, whose objective will be to carry forward the Flusserian provocation about what it should be to think about reality: not discovering truths and falsehoods, but inventing ways out for our intellectual impasses and traps.

Texto Completo: http://periodicos.uefs.br/index.php/revistaideacao/article/view/8370

Palavras-Chave: Ficção filosófica; Crítica do antropocentrismo; Zoontologia.