CAIXA-PRETA DA NAU FILOSÓFICA A FICÇÃO CIENTÍFICA COMO FOTOGRAFIA DESCRITIVA
Edição Janeiro-Junho: v. 1 n. 49 (2024) • Revista Ideação
Autor: Diego Chabalgoity
Resumo:
Esse artigo tem como objetivo contribuir para reflexões sobre o papel e os alcances da ficção científica na popularização do conhecimento. Como recorte e exercício de fundamentação, situa esse gênero ficcional como fotografia descritiva, buscando na filosofia da fotografia flusseriana elementos que auxiliem no entendimento crítico – que não dicotomiza técnica e estética - dos limites entre conhecimento e ficção. Na ficção científica temas filosóficos que movem seres humanos por milênios, como metafísica, ontologia, ética e política, se somam a uma das características mais cativantes desse gênero literário: o oferecimento de alternativas civilizacionais. Na primeira parte apresentamos os conceitos de tecnoimagem e caixa-preta, relacionando-os ao contexto atual em que o enorme avanço da tecnologia influencia de forma nunca antes vista a ficção audiovisual, criando espaços inéditos para a consubstanciação de ficções em teoria. Na segunda parte apresentamos a diferença entre fantasia e ficção científica traçando um paralelo entre a materialidade implicada no desvelar da caixa-preta e o caminho em que a ficção científica decodifica o conhecimento em ficção para transformar a ficção em conhecimento. Na conclusão sugere algumas questões de perspectiva a serem enfrentadas em investigações que busquem se fundamentar na filosofia da fotografia em Flusser, considerando nossa sociedade tecnocentrada.
Abstract:
This article aims to contribute to reflections on the role and scope of science fiction in the popularization of knowledge. As an excerpt and grounding exercise, it situates this fictional genre as descriptive photography, seeking elements in the Flusserian philosophy of photography that help in the critical understanding of the limits between knowledge and fiction. In science fiction, philosophical themes that have moved human beings for millennia, such as metaphysics, ontology, ethics and politics, add up to one of the most captivating characteristics of this genre: civilizational alternatives. In the first part we present the concepts of technoimage and black box, relating them to the current context in which the enormous advances in technology influence fiction in a never before seen way, creating unprecedented spaces for the substantiation of fictions in theory. In the second part we draw a parallel between the materiality involved in the unveiling of the black box and the path in which science fiction decodes knowledge into fiction to transform fiction into knowledge. By way of conclusion, it suggests some questions of perspective to be faced in investigations that seek to be based on Flusser's philosophy of photography, considering our techno-centered society.
DOI: https://doi.org/10.13102/ideac.v1i49.10260
Texto Completo: https://periodicos.uefs.br/index.php/revistaideacao/article/view/10260
Palavras-Chave: Filosofia da fotografia; Ficção científica; Tecnoimagem; Vilém Flusser.
Revista Ideação
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