Corpo e luz na produção de imagem
Inquietude, v. 9, n. 2 (2018) • Revista Inquietude - Revista dos Estudantes de Filosofia da UFG
Autor: Ana Carolina Gomes Araújo
Resumo:
No bergsonismo deleuzeano encontramos remissões a uma filosofia da imagem, se não filosofia, bem certo que a uma analogia estreita entre maquinismo de produção de imagem e maquinismo de acesso à memória ontológica. Enquanto na fotografia a focalização é obter via de regra uma imagem nítida, por sua vez, na teoria da memória, a focalização é atingir o ponto onde a percepção pura e a lembrança pura se recortam, se cruzam e se reatam, isto é, o foco na teoria da memória é efetivamente o ponto onde se dá a passagem da experiência para as condições da experiência. O ponto focal que Deleuze remete ao momento em que as duas direções, percepção e lembrança, se distinguem e se reconectam, é atingido pela intuição a partir de um maquinismo que conjuga três pontos inseridos numa mecânica de justaposição: ponto confuso, ponto preciso, ponto virtual. Tal como numa máquina fotográfica, o foco é adquirido a partir de uma conjugação de elementos indispensáveis para a produção da imagem, de modo que esse foco é resultado do manejo de fatores que se desdobram relacionando distância, quantidade de luz e tempo. Diante dos maquinismos da fotografia e da memória, propomos relacionar a produção da imagem com o corpo, cuja fonte é o próprio bergsonismo que não vacila em tratar a relação entre corpo e alma a partir dos atravessamentos energéticos materiais, cuja tese mínima é a imagem.
Abstract:
RÉSUMÉ: Dans le bergsonisme deleuzien, nous trouvons des références à une philosophie de l'image, sinon à la philosophie, plutôt qu'à une analogie étroite entre le machinisme de la production d'images et les mécanismes d'accès à la mémoire ontologique. Alors qu'en photographie, le mise au point d’un appareil est généralement d'obtenir une image claire, à son tour, dans la théorie de la mémoire, le mise au point est d'atteindre le point où la perception pure et la mémoire pure se recoupent, se croisent et se renouent, c'est-à-dire, le mise au point sur la théorie de la mémoire est effectivement le point où se donne le passage de l'expérience aux conditions de l'expérience. Le point focal que Deleuze se réfère au moment où les deux directions, perception et souvenir, sont distingués et reconnectés, est atteint par l’intuition d'un machinisme qui combine trois points insérés dans une mécanique de juxtaposition: point confus, point précis, point virtuel. Comme dans un appareil photographique, le mise au point est acquis à partir d'une combinaison d'éléments indispensables à la production de l'image, de sorte que ce mise au point est le résultat du traitement des facteurs qui se déroulent en reliant: distance, quantité de lumière et temps. Avec le machinisme de la photographie et de la mémoire, nous proposons de relier la production de l'image au corps, dont la source est le bergsonisme lui-même, qui n'hésite pas à traiter les relations entre corps et âme des passages énergétiques matériels, dont la thèse minimale est l'image.
ISSN: 2177-4838
Texto Completo: https://drive.google.com/file/d/1A0meKYVJ2tAGGsn-Z_t_aXoXTfXlW-Dm/view
Palavras-Chave: Imagem; Maquinismo; Deleuze; Bergson; Memória.
Revista Inquietude - Revista dos Estudantes de Filosofia da UFG
Indexada na QUALIS como B4, a Inquietude é a revista científica (ISSN 2177-4838) dos estudantes de graduação e pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal de Goiás. Trata-se de um periódico acadêmico semestral que publica textos filosóficos inéditos: artigos, traduções, resenhas e entrevistas.