A Educação e a Filosofia como Artifícios do Homem Natural
Inquietude, v. 5, n. 1 (2014) • Revista Inquietude - Revista dos Estudantes de Filosofia da UFG
Autor: Homero Santos Souza Filho
Resumo:
Será no Emílio que Rousseau apresentará as causas da desnaturação em toda a vida humana. Nascido sem suas faculdades plenamente desenvolvidas, o homem adquire, desde cedo, na relação com seus semelhantes, todas as paixões e os vícios da vida em sociedade. Como evitar essa degeneração do homem e formar, então, o homem da natureza, “envolvido no turbilhão social”? Eis o desafio a que se impõe Rousseau no seu tratado. “Existem tantas contradições entre os direitos da natureza e as nossas leis sociais que, para conciliá-los, é preciso deformar e tergiversar sem cessar, é preciso usar de muita arte para impedir o homem social de ser totalmente artificial”. Assim, educação e filosofia revelam-se como decisivas para a formação do Emílio. Pois, é preciso que ele “pense como filósofo”, o que significa ter seu juízo bem constituído, necessário para a vida social, para não se conduzir pelas opiniões e para “silenciar” suas próprias paixões. Somente assim, no atual estado de coisas, que o Emílio se realizará como homem natural, guiando-se pelo seu próprio juízo na observância dos erros dos homens. Pois, “o mesmo homem que deve permanecer estúpido nas florestas deve tornar-se razoável e sensato nas cidades se permanecer como mero espectador”.
Abstract:
RÉSUMÉ:
C’est dans Émile que Rousseau nous présente les causes de la dénaturation de toute vie humaine. Né déporvu de ses facultés pleinement développées, l’homme acquiert depuis le début de sa vie en relation avec ses semblables, toutes les passions et les vices de la vie en société. Comment éviter cette dégradation de l’homme et former donc l’homme de la nature, « enfermé dans le toubillon social » ? Voici le défi auquel Rousseau se met dans son traité. « Il y a tant de contradictions entre les droits de la nature et nos lois sociales, que pour les concilier il faut gauchir et tergiverser sans cesse : il faut employer beaucoup d’art pour empêcher l’homme social d’être tout à fait artificiel. » Ainsi, la Philosophie et l’éducation apparaissent comme decisives pour la formation d’Émile. Car il faut qu’il « pense comme un philosophe », c’est-à-dire, qu’il ait son jugement bien développé, nécessaire pour la vie sociale, pour ne pas se faire conduire par les opinions et pour « silencer » ses propres passions. C’est seulement de cette façon, dans l’actuel état des choses, qu’Émile s’accomplira comme un homme naturel. Car « Le même homme qui doit rester stupide dans les forêts doit devenir raisonnable et sensé dans les villes, quand il y sera simple spectateur. »
ISSN: 2177-4838
Texto Completo: https://drive.google.com/file/d/0B4AeuuKw4oJnQVI0THYzQ3A5bjVjU0hPZGZYLWRmQ3c2VDE4/view
Palavras-Chave: Educação; Natureza; Filosofia; Homem.
Revista Inquietude - Revista dos Estudantes de Filosofia da UFG
Indexada na QUALIS como B4, a Inquietude é a revista científica (ISSN 2177-4838) dos estudantes de graduação e pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal de Goiás. Trata-se de um periódico acadêmico semestral que publica textos filosóficos inéditos: artigos, traduções, resenhas e entrevistas.