PENSAMENTO E POESIA COMO FORMAR SIGNIFICANTES DA VIDA: UMA INTERLOCUÇÃO ENTRE HEIDEGGER E RICOEUR
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 11 n. 27 (2019): Edição Especial - Hermenêutica e Literatura • Revista Kínesis
Autor: Jéferson Luís de Azeredo
Resumo:
Procurou-se aqui, pensar a poesia no que se refere a uma hermenêutica-ontológica, no engendramento de uma abertura ao ser. Para isso, se fez uma interlocução entre o filósofo Martin Heidegger e Paul Ricoeur. Primeiramente com Heidegger, a partir da fase de virada, a Kehre, dos anos 30, apresentando-se a desconstrução da história da ontologia ou até mesmo metafísica, que para ele se deu a partir de um esquecimento progressivo do ser, desenrolando-se agora, pós-virada, paralelamente a um pensamento não representacional, mas sim poético, margeando a filosofia e indicando a verdade antes esquecida na forma de pensar que desvela o ser. Para tal empreitada, Heidegger coloca a linguagem em destaque, sempre na relação com Hölderlin, que retoma um pensar poético (dichtende Denken), e o faz afastar-se da ciência como único modo de pensar. Com Ricoeur, trabalhou-se aqui uma descrição de metáfora inserida numa teoria geral sobre a linguagem ou significação, que tem como tese a metáfora como retórica pela qual o discurso liberta o poder que algumas imaginações e ficções comportam para redescrever a realidade, bem como, uma relação entre imaginação e pensamento, em que há uma reflexão sobre o processo metafórico como fundamento da escrita poética. A partir destes dois autores e que se torna possível uma significação do mundo, dos outros e de si mesmo, ou seja, extrapola-se uma atitude interpretativa para o ser de quem interpreta, chegando-se a uma hermenêutica-ontológica.
Abstract:
It was thought here to relate poetry to regard to a hermeneutic-ontological, in the breeding of an opening to being. For this, there was a dialogue between the philosopher Martin Heidegger and Paul Ricoeur. Firstly with Heidegger, from the turn of the century, the Kehre, from the 30's, presents his deconstruction of the history of the ontology or even metaphysics, which for him came from a progressive forgetting of the being, unfolding now post-turn, parallel to a non-representational, but rather poetic thinking, bordering on philosophy and indicating the truth previously forgotten in the way of thinking that reveals being. For such a work, Heidegger puts the language in prominence, always in the relationship with Hölderlin, who takes up a poetic (dichtende Denken) thinking, and makes him depart from science as the only way of thinking. With Ricoeur, a description of metaphor inserted in a general theory on language or signification, that has as its thesis the metaphor as rhetoric by which the discourse releases the power that some imaginations and fictions behave to redescribe the reality, as well as, a relation between imagination and thought, in which there is a reflection on the metaphorical process as the basis of poetic writing. From these two authors and that a meaning of the world, of the others and of itself becomes possible, that is, an interpretive attitude is extrapolated to the being of the one who interprets, arriving at a hermeneutic-ontological.
ISSN: 1984-8900
DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2019.v11.n27.05.p50
Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/8920
Palavras-Chave: Hermenêutica, Gadamer, Heidegger, Pensamento, Poesia
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