POR QUE A LEITURA DE TEXTOS FILOSÓFICOS EM SALA DE AULA É UMA PRÁTICA INDISPENSÁVEL?

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 10 n. 24 (2018): Edição Especial - Filosofia no Ensino Médio • Revista Kínesis

Autor: Débora Cristina Martins de Souza

Resumo:

Este artigo tem em vista abordar a questão da leitura dos textos filosóficos no ensino de Filosofia. Por leitura, utilizaremos a problemática que Arthur Danto propõe a respeito do embate entre Filosofia e Literatura no que tange à questão da referência, abordagem esta que na conclusão do autor desvela uma dimensão referencial da leitura que não está vinculada à técnica ou a um método de leitura, como nos apontam os modos de leitura denominados como vertical e horizontal. A referência do texto que se tem em vista desvelar é a do leitor no ato de ler, referência que aponta uma universalidade diferente daquela que se obtém pela objetividade e particularidade da história ou ainda das ciências. A universalidade do texto a ser explorada neste artigo refere-se ao leitor que todo o texto filosófico ou literário exigem para que possam ser lidos, um “Eu” geral que ganha corpo durante a leitura. Esta dimensão pode nos elucidar respostas a respeito da presença da Filosofia no ensino, bem como a respeito da leitura de textos filosóficos em sala de aula, pois a leitura como este encontro com o “Eu” geral dado pela expressividade do texto possibilita que nos desloquemos da perspectiva de si, da individualidade, e então, fornece abertura a outrem; um primeiro passo para a criação da argumentação, do debate e do respeito à diversidade, algumas das chamadas habilidades fundamentais do ensino médio, segundo o documento em discussão Base Nacional Curricular Comum.

Abstract:

This article aim to approach the question of reading philosophical texts in the teaching of Philosophy. By reading, we will use Arthur Danto's problem proposal on the clash between Philosophy and Literature on the question of reference , in the conclusion of the author this approach reveals a referential dimension of reading that is not bound to a technique or a method of reading, as pointed out by the ways of reading philosophical texts called vertical and horizontal. The reference of the text to be unveiled is that of the reader in the act of reading, a reference that points out a universality different from that obtained by the objectivity and particularity of history or even of the sciences. The universality of the text in the scope to be explored in this article refers to the reader that all philosophical or literary text require for reading, a general "I" that gains body during the reading. This dimension can elucidate answers about the presence of Philosophy in teaching, as well as about the reading of philosophical texts in the classroom, because reading like this encounter with the general "I" given by the expressiveness of the text enables us to move from ourselves, from individuality, and openness to others; a first step towards the creation of argumentation, debate and respect for diversity, some of the so-called fundamental skills of secondary education, according to the document under discussion Base Nacional Curricular Comum.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2018.v10n24.06.p73

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/8445

Palavras-Chave: Filosofia, Leitura, Referência, Verdade, Universalidade

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