FOUCAULT, A AUFKLÄRUNG E A INSURREIÇÃO IRANIANA: O LEVANTE NA SINGULARIDADE DO PRESENTE
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 9 n. 21 (2017) • Revista Kínesis
Autor: Gabriela M. Jaquet
Resumo:
A temática da Aufklärung kantiana estudada por Foucault é bastante enfocada pela bibliografia crítica ao tratar de suas concepções sobre a história do presente, sobre ontologia, sobre sua complexa relação com Kant. Esta problemática, diversas vezes aludida pelo filósofo, mas abordada mais pontualmente em três momentos (na conferência “Qu’est-ce que la critique?”, de 1978, nas duas primeiras aulas do curso Le Gouvernement de soi et des autres, de 1983, e no artigo “Qu’est-ce les Lumières?”, de 1984), abre vários caminhos de estudo, e aqui focaremos em algumas noções específicas tratadas ou subjacentes a estes textos e possibilitadas por um determinado uso de Kant. Cruzaremos nossa abordagem com uma análise de outro grupo de escritos de Foucault, aqueles aparecidos originalmente no jornal italiano Corrière della Sera em 1978 e outros que também compuseram seu projeto das “Reportages d’Idées”, sobre a insurreição iraniana. Nosso objetivo será visualizar os pontos de contato entre os dois grupos de textos e articular alguns nexos que nos permitam uma visada dos escritos sobre o Irã enquanto configuradores do acontecimento, como o de atualidade, o de crítica, o de revolução, e o de vontade política. Ao final, tentaremos apontar uma conexão entre os dois momentos da produção do filósofo como sendo viabilizada justamente pelo acento na subjetivação advinda, desta feita, especificamente da problemática iraniana, ainda alguns anos antes de suas primeiras aulas sobre o cuidado de si no Collège de France.
Abstract:
The thematic of the kantian Aufklärung studied by Foucault is intensely focused by the critical bibliography when dealing with its conceptions about the history of the present, about ontology, about its complex relationship with Kant. This issue, alluded several times by the philosopher, but addressed more precisely in three moments (at the conference "Qu'estce que la critique?", 1978, in the two first classes of the course Le Gouvernement de soi et des autres, 1983, and in the article "Qu'est-ce les Lumières?", 1984), opens multiple paths of study, and here we will focus on some specific connections, treated or underlying these texts, and made possible by a particular use of Kant. We will cross our approach with an analysis of another group of Foucault’s writings, those that appeared originally in the Italian Newspaper Corrière della Sera in 1978, and others that also composed his project of “Reportages d'Idées”, about the uprising in Iran. Our goal will be to view the contact points between the two groups of texts, and articulate some nexuses that allow us a view of the writings on Iran, while configurators of the event, like present time, critique, revolution, and political will. At the end, we will try to point out a connection between the two moments of the philosopher’s production, as being made possible precisely because of the emphasis on the subjectivation originated, this time, specifically from the Iranian issues, even some years before his first classes on the “care of the self”,at the Collège de France.
ISSN: 1984-8900
DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2017.v9n21.08.p83
Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/7752
Palavras-Chave: Michel Foucault. Aufklärung. Acontecimento. Insurreição iraniana.Subjetivação.
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