A INFLUÊNCIA DE LUDWIG FEUERBACH NA FILOSOFIA DE ENRIQUE DUSSEL
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 8 n. 18 (2016) • Revista Kínesis
Autor: João Paulo Araújo Pimentel LIMA
Resumo:
Na construção de um pensar autêntico latino-americano, o filósofo argentino Enrique Dussel, precursor da Filosofia da Libertação, irá trabalhar com a estratégia de que não é necessário negar a tradição filosófica anterior a ele para a construção de algo novo, pelo contrário, a proposta do autor é de um diálogo profundo com a história da filosofia, visto que a necessidade do novo pensar não surge apenas da pulsão criativa de se produzir originalidade, mas do alarmante fato de que toda a filosofia ocidental não incluiu no seu horizonte a alteridade última. Partindo da sua condição, do ser encoberto pela razão ocidental, Dussel elabora um pensamento ético que encontra em Feuerbach uma de suas maiores referências. O objetivo deste trabalho, então, é apresentar como Dussel se apropria das teorias do filósofo alemão na construção do seu próprio pensar. Abordaremos, principalmente, a obra Método para uma filosofia da libertação, na qual é descrita a apreciação de Dussel sobre o resgate feito por Feuerbach de, pelo menos, três questões fundamentais: a sensibilidade, que sempre fora colocada em suspeita pela tradição; o reconhecimento do outro, que emerge como alternativa à filosofia da subjetividade; e sua crítica a Hegel, que resplandece como crítica a qualquer pensar totalizante, ontológico. Finalmente, veremos como Dussel reconhece Feuerbach no grupo dos críticos de Hegel. Esse grupo, para ele, constitui a única filosofia válida para a realidade latinoamericana, da qual ele é um continuador, pois esses filósofos formam a pré-história da Filosofia da Libertação.
Abstract:
In the development of an authentic Latin American thought, The argentine philosopher Enrique Dussel, precursor of the Philosophy of Liberation, he will work with the strategy that it is not necessary to deny the previous philosophical tradition back to his time in order to prepare something new, on the contrary, the author’s proposal is a deep dialogue with the history of philosophy, once the necessity for a new thinking not only arises from the creative drive to produce originality, but the alarming fact that all Western philosophy not included in its horizon otherness radical. Starting from his condition of being clouded by western reason, Dussel draw up an ethical thought that Feuerbach is in one of its biggest references. This study aims, then, to present how Dussel is adapt to the theories of the german philosopher in the development his own thinking. We discuss mainly the work Método para una filosofia de la liberación, in which is described the appreciation of Dussel about the redemption made by Feuerbach of at least three issues: the sensitivity, which had always been put on suspicion of tradition; the recognition of the other, emerging as alternative to the philosophy of subjectivity; and his critique of Hegel, that emerges as critical to any totalizing thinking, ontological. Finally, we will see how Dussel recognizes Feuerbach in the group of critics of Hegel. This group is the only valid philosophy to the Latin American reality, of which he is a follower, so these philosophers form the prehistory of Philosophy of Liberation.
ISSN: 1984-8900
DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2016.v8.n18.13.p172
Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/7704
Palavras-Chave: Libertação. América Latina. Ontologia.
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