CONSIDERAÇÕES BEHAVIORISTAS RADICAIS SOBRE CAUSALIDADE MENTAL, REDUCIONISMO E O IRREALISMO DA MENTE
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 8 n. 17 (2016): Edição Especial • Revista Kínesis
Autor: Diego ZILIO
Resumo:
Para o fisicalismo, existir consistiria em fazer diferença no mundo físico e fazer diferença seria possuir poder causal. Dessa forma, se a mentefor algo real, algo que faz parte do mundo físico, ela deve possuir papel causal. O objetivo deste artigo é refletir sobre a relação entre causalidade mental no contexto do fisicalismo não-redutivo e do reducionismo funcional de Kim (2005). Argumenta-se que ambas alternativas resultam no irrealismo da mente ao privarem-na de poder causal em função da adoção da tese da mente como epifenômeno ou da tese da mente como fenômeno redutível a processos neurofisiológicos. Diante desse resultado, é apresentada uma proposta alternativa baseada na filosofia da mente behaviorista radical. Tal proposta nega a existência da mente “imaterial” e da mente “cognitiva” a favor de uma análise comportamental dos fenômenos psicológicos, característica que a torna imune aos problemas do fisicalismo não-redutivo que são apenas coerentes no contexto da relação mente-corpo. Concluise que é exatamente por essa razão que a proposta aqui delineada pode ser considerada uma alternativa legítima de fisicalismo não-redutivo, que interdita a possibilidade de redução dos fenômenos comportamentais (antes vistos como “mentais”) a fenômenos neurofisiológicos.
Abstract:
Physicalism asserts that to exist is to make a difference or to have causal powers in the physical world. In order to exist, or to be part of the physical world, mind must have causal powers. The goal of this essay is to discuss the relation between mental causation, non-reductive physicalism and Kim’s (2005) functional reductionism. I will argue that, by depriving mind from having causal powers (for being an epiphenomenon or for being reducible to neurophysiological processes), irrealism about the mental is an inevitable consequence of both non-reductive physicalism and functional reductionism. In light of such results, I propose an alternative based upon radical behaviorism’s philosophy of mind. Such proposal denies the existence of both immaterial and cognitive minds in favor of a behavioral analysis of psychological phenomena. This feature makes radical behaviorism immune to the problems of non-reductive physicalism that only makes sense in the context of mind-body relations. For exactly for this reason, I conclude that radical behaviorism can be seen as a reasonable example of non-reductive physicalism, which rule out the possibility of reducing behavioral phenomena (usually seen as “mental” phenomena) to neurophysiological processes.
ISSN: 1984-8900
DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2016.v8.n17.04.p41
Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/6437
Palavras-Chave: Causalidade mental. Fisicalismo não-redutivo. Irrealismo da mente. Behaviorismo Radical. Skinner.
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