MORAL: VIDA E EMOÇÃO

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v.5 n.10 (2013) • Revista Kínesis

Autor: Gilberto Bettini BONADIO

Resumo:

Bergson em As duas fontes da moral e da religião se propõe a investigar a origem da moralidade e da religiosidade humana, encarando-as como formas criadas pelo élan vital no curso do desenvolvimento da vida. Bergson concebe o surgimento da sociedade como algo natural, isto é, como um artifício da natureza para que o homem pudesse perseverar no mundo; assim, sua pesquisa visa encontrar e analisar os caminhos que a vida mesma armou no interior do humano, em sua constituição biológica, para que ele pudesse se apegar de diversas formas à existência. Descortinando os motivos pelos quais as variadas sociedades, bem como suas mais diferentes morais se constituem como fechadas ou visando aos interesses da espécie, e abertas, tendo na humanidade uma referência por onde o amor criativo passaria, o filósofo nos mostra como determinados homens, excepcionais, vêm ao mundo encarnado em múltiplos sentidos uma nova atitude criadora, ainda não expressa, que se revela através de uma intuição despertada por uma emoção profunda. Dessa forma, a relação entre moral, vida e emoção é o que cumpre aqui estabelecer, uma vez que as leis morais seguidas pela humanidade são, no limite, necessidades vitais colocadas pela natureza e que só alcançam um desenvolvimento melhor graças à inteligência humana que, mesmo atrelada à necessidade imposta, também pode encontrar dentro de si a abertura para uma liberdade possível.

Abstract:

Bergson in The Two Sources of Morality and Religionproposes to investigate the origin of human morality and religiosity, seeing them as forms created by élan vital in the course of life's development. Bergson sees the appearanceof society as something natural, that is, as an artifice of nature to which man could endure in the world, so his research aims to find and analyze the ways that life itself found in the interior of the human being, in his biological constitution, so thathe could, in several ways, get attached to his existence.Uncovering the reasons why various societies, as well as its different morals are constituted as closed or aiming the interests of the specie, and open, having in humanity a reference where creative love would pass by, the philosopher shows us how certain people, exceptional ones, come to the world embodying in multiple senses a new creative attitude, yet not expressed, which is revealed through an intuition awakened by a deep emotion. Thus, the relation between morality, life and emotion is what tries to establish here, once the moral laws followed by the humanity are, at the limit, vital needs put by the nature and that only reach a better development thanks to the human intelligence that, even linked to the imposed need, can also find inside of itself the opening to a possible freedom.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2013.v5n10.4534

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/4534

Palavras-Chave: Bergson. Moral. Vida. Emoção. Intuição.

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