ABDUÇÃO E SIGNIFICADO EM PAISAGENS SONORAS: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A INSTALAÇÃO ARTÍSTICA REPARTITURA
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 3 n. 05 (2011) • Revista Kínesis
Autor: Mariana Shellard, Luis Felipe Oliveira, José Eduardo Fornari Novo Fornari, Jônatas Manzolli
Resumo:
RePartitura é uma instalação de arte computacional, aqui apresentada e discutida sob seus três princípios constituintes: Arte Processual; Computação Evolutiva (CE) e Abdução, do modelo triádico de pensamento Peirceano (abdução, indução e dedução). RePartitura utiliza um algoritmo computacional, especialmente desenvolvido para este fim, que mapeia características da imagem digital – de uma coleção de desenhos previamente elaborada – para um modelo musical de CE; a Síntese Sonora Evolutiva (ESSynth). Esta gera dinamicamente um conjunto de objetos sonoros. O resultado deste processo é um ambiente sonoro imersivo, ao mesmo tempo variante e similar, que é aqui chamado de Paisagem Sonora Artificial. O sistema computacional generativo utiliza princípios da CE para interpretar cada desenho como um Indivíduo pertencente a uma População. Todos os indivíduos têm em comum a característica de serem similares mas nunca idênticos. O conjunto de características específicas de cada desenho é chamado de Genótipo. A interação entre distintos genótipos e suas correspondentes características sonoras, produz uma População dinâmica de objetos sonoros evolutivos. O comportamento evolutivo deste processo leva à auto organização das paisagens sonoras artificiais, formadas pela População de complexos e singulares objetos sonoros, em constante transformação, que sempre mantêm uma autosimilaridade aproximada, facilmente identificável por qualquer ouvinte. Neste artigo, apresentamos o RePartitura como uma instalação artística processual evolutiva, e descrevemos os tópicos que a permeiam, desde a criação conceitual até sua implementação computacional. Discutimos aqui a emergência no ambiente sonoro autoorganizado desta instalação, como uma forma de Abdução sintética, ocasionada pela ação de operadores genéticos contidos no ESSynth. Tal processo gera uma paisagem sonora artificial que, por nunca se repetir acusticamente, apesar de manter uma autosimilaridade cognitiva, toca no conceito de significado sonoro e musical.
Abstract:
The multimodal artwork named RePartitura is here presented and discussed under its three founding principles: Processual Art, Evolutionary Computation (EC), and the Peircean Triadic Model of Thought (Abduction, Induction and Deduction). RePartitura uses a custom-designed algorithm to map image features from one collection of drawings, previously elaborated, to the EC musical model named Evolutionary Sound Synthesis (ESSynth) that dynamically creates sound objects. The output of this process is an immersive computer generated sonic landscape; here referred as artificial Soundscape. The computer generative system used here comes from an EC paradigm that interprets each drawing as an individual within a Population set. They all have in common the characteristic of being similar but never identical. The set of specific features of each drawing is its Genotype. The interaction between different genotypes and their sound features produces a dynamic Population set of evolving sound objects. The evolutionary behavior of this sonic process entails the self-organization of an artificial Soundscape, formed by a Population set of complex, never-repeating sound objects, in constant transformation, but always maintaining an overall perceptual self-similarity that maintains a cognitive identity, easily recognizable by any listener. In this article we present RePartitura as the processual artwork based on the ESSynth evolutionary sound system, and describe the topics that permeates it, from its conceptual creation to the computational implementation. We discuss the emergent behavior of this self-organized sonic environment in RePartitura, as a type of synthetic abduction, originated by the Genetic Operators within ESSynth. This process generates the artificial Soundscape, that – by never repeating itself acoustically, although keeping its cognitive similarity – touches the concept of sonic and musical meaning.
ISSN: 1984-8900
DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2011.v3n05.4392
Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/4392
Palavras-Chave: Paisagens sonoras, Abdução, Significado, Computação evolutiva
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