FOUCAULT E O CONTROLE DOS CORPOS PELA LINGUAGEM: OS CAMINHOS DA BIOPOLÍTICA CONTEMPORÂNEA NO SABER-PODER MÉDICO
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v.14 n. 36 (2022) • Revista Kínesis
Autor: Iverson Custódio Kachenski
Resumo:
Nesse artigo, buscamos compreender, a partir da genealogia de Michel Foucault, o modo como os conceitos oriundos do saber médico são utilização na apropriação de corpos, colocados sob sua vigília. Noções como doenças e normas são desconstruídas, ao nivelarmos o debate acerca do poder médico a partir do que este produz na realidade. Para abordarmos a relação entre linguagem e realidade no campo da biopolítica comentamos os aspectos ferinos das metáforas sobre doenças tratados por Susan Sontag em seus textos: A doença como metáfora/Aids e suas Metáforas. Não obstante, problematizamos sobre à pretensão do saber médico em produzir discursos verdadeiros ao longo de determinadas sendas históricas, ou episteme. No momento mais avançado deste artigo, procuramos problematizar sobre aquilo que chamamos de dispositivo no diagnóstico médico, ou do enunciado médico. Aqui, nos valemos das contribuições teóricas de Georges Canguilhem, especialmente em sua obra O normal e O Patológico (1943). Portanto, buscamos indicar como a biopolítica contemporânea tem se manifestado, tendo como bases filosóficas para essa reflexão as contribuições de Michel Foucault, Susan Sontag e Georges Canguilhem em torno da doença.
Abstract:
In this article, we seek to understand, based on Michel Foucault's genealogy, the way in which concepts deriving from medical knowledge are used in the appropriation of bodies, placed under his watch. Notions such as diseases and norms are deconstructed, when we level the debate about medical power based on what it actually produces. To approach the relationship between language and reality in the field of biopolitics, we comment on the hurtful aspects of metaphors about diseases treated by Susan Sontag in her texts: Disease as a metaphor / Aids and its metaphors. Nevertheless, we problematize about the pretension of medical knowledge to produce true discourses along certain historical paths, or episteme. At the most advanced stage of this article, we seek to problematize what we call a device in medical diagnosis, or the medical statement. Here, we use the theoretical contributions of Georges Canguilhem, especially in his work The Normal and the Pathological (1943). Therefore, we seek to indicate how contemporary biopolitics has manifested itself, having as philosophical bases for this reflection the contributions of Michel Foucault, Susan Sontag and Georges Canguilhem around the disease.
ISSN: 1984-8900
DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2022.v14n36.p198-216
Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/13584
Palavras-Chave: Poder Médico, Biopolítica, Linguagem, Normas, Doenças
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