A FONTE COMUM E A FONTE EXCEPCIONAL DA MORAL EM BERGSON
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v.14 n. 36 (2022) • Revista Kínesis
Autor: Paulo Borges de Santana Júnior
Resumo:
Este artigo propõe-se a interrogar, no interior de As duas fontes da moral e da religião, como Bergson descreve a experiência moral, caracterizando um sentido específico capaz de complementar ou ultrapassar a descrição do percurso biológico presente em A Evolução Criadora (EC). Ao longo da obra bergsoniana, é notório o seu pluralismo metodológico, que se expressa também no pluralismo de experiências e fatos abordados em seus livros. Nesse pluralismo, não há o interesse de encontrar conceitos gerais que expliquem as diversas experiências elencadas tampouco o interesse de estabelecer fundamentos primordiais sem os quais tais experiências perderiam o seu sentido. O pluralismo metodológico almeja uma precisão na descrição dos fatos selecionados e, consequentemente, uma indicação dos sentidos ou dos significados que, ultrapassando os próprios fatos, não se desprendam da experiência real. O recorte aqui proposto visa, inicialmente, ressaltar quais são os obstáculos (ilusões) conceituais a uma compreensão da experiência moral como um todo e, em seguida, identificar nuances entre o sentido que advém dos moralistas excepcionais e o sentido elaborado a partir do evolucionismo biológico do impulso vital. A partir disso, esboça-se um lugar em que as forças e as invenções do indivíduo ganham efetividade na duração bergsoniana.
Abstract:
Based on The Two Sources of Morality and Religion, we propose to question how Bergson describes moral experience, in order to identify in this description a specific sense that is capable of complementing or overcoming the description of the biological movement present in Creative Evolution. In the Bergson’s work, it is well known that its methodological pluralism is also expressed in the pluralism of experiences and facts dealt with in his books. In the pluralism of the objects investigated, there is no interest in finding general concepts that universally explain the various experiences, just as there is no interest in establishing primordial foundations without which such experiences would lose their meaning. Methodological pluralism seeks precision in the description of the selected facts and, consequently, an indication of the senses that, surpassing the facts themselves, do not separate from the actual experience. The clipping proposed in this article aims to highlight what are the conceptual obstacles to an understanding of the moral experience as a whole and to identify nuances between the meaning that comes from the exceptional moralists and the sense elaborated from the biological evolutionism of the vital impulse. In this way, a place is sketched where the forces and inventions of the individual gain effectiveness in the Bergson’s conception of duration.
ISSN: 1984-8900
DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2022.v14n36.p372-394
Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/13597
Palavras-Chave: Bergson, Moral excepcional, Liberdade, Indeterminação
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