O Som do Capital: uma análise sobre a mercadoria ?sonoromusical?
LibertAção - Volume 1 N 1 2020 • Revista LibertAção
Autor: Tiago Fernandes Alves
Resumo:
Este trabalho objetiva entender as relações sociais de produção da música enquanto mercadoria em seu processo de feitura a partir da exploração do trabalhador musical. Tomando por base as reflexões presentes em O Capital de Marx, busca-se compreender os valores de uso e de troca da mercadoria musical, sua equivalência e valor relativo, bem como sua fetichização a partir da abstração das relações materiais que a concebem. Através da experiência como músico em Campina Grande – PB e da coleta de relatos de artistas locais, busca-se compreender as dinâmicas sociais que conferem valor à mercadoria musical a partir das relações de exploração dos músicos e artistas. As conclusões demonstram a informalidade estrutural no campo da arte, o processo de flexibilização dos cachês pagos convertidos em couvert, a simplificação das estruturas musicais que permitem a ampliação da reprodutibilidade em escala industrial. Mais do que uma manifestação das pulsões artísticas humanas, a música entendida como produto industrializado revela as bases materiais do modo de (re)produção do capital e sua frenética busca por ampliar-se, atingindo níveis mais altos de acumulação por meio de sua artealização.
Abstract:
This research aims to understand the social relations of music production as a commodity in its making process from the exploitation of the music worker. Based on the thoughts present in the book Capital of Marx, we seek to understand the use and exchange values of the musical commodity, its equivalence and relative value, as well as its fetishization from the abstraction of the material relations that conceive it. Through of experience as a musician in Campina Grande - PB and collecting reports from local artists, we seek to understand the social dynamics that give value to the musical commodity from the exploration relationships of musicians and artists. The conclusions demonstrate the structural informality in the field of art, the process of flexibility of money paid converted into cover charge, the simplification of musical structures that allow the expansion of reproducibility on an industrial scale. More than a manifestation of human artistic drives, when the music is understood as an industrialized product it reveals the material basis of the way of (re)production of capital and its frenetic research for expansion, reaching higher levels of accumulation through its artealization.
ISSN: 2675-5696
Texto Completo: http://revista.uepb.edu.br/index.php/ENFIMAFA/article/view/5159/3431
Palavras-Chave: Exploração do trabalho. Informalidade. Mercadoria ?sonoromusical?. Música. Trabalhador musical.