A Filosofia da Religião no Pensamento Português da Segunda Metade de Oitocentos

2011, Tomo 67, Fasc. 2 • Revista Portuguesa de Filosofia

Autor: Afonso Rocha

Resumo:

O presente ensaio equaciona os termos em que o pensamento filosófico português concebeu a religião entre 1850 e 1910. Adoptando como base as concepções das figuras consideradas filosoficamente mais representativas no período (Amorim Viana, Teófilo Braga, Antero de Quental, Sampaio Bruno), o estudo constata que a filosofia da religião, nesse período, por razões que se prendem, a par do especial anquilosamento do pensamento teológico-pastoral do cristianismo católico, nomeadamente com a particular afirmação da ciência e da razão, foi em Portugal objecto duma profunda ou mesmo radical evolução: uma evolução que tornou possível que a religião deixasse praticamente de ser pensada pela filosofia à luz do cristianismo, para passar a ser pensada dominantemente em termos racionais e místicos, como Religião da Razão.

Abstract:

This work presents the terms in which the philosophical portuguese thought conceived the religion betwen1850 and 1910. Based on the conceptions of the most reckoned philosophical personalities of this period (Amorim Viana, Teófilo Braga, Antero de Quental, Sampaio Bruno), this essay will try to demonstrate that the religion philosophy, then, owing the reasons that respect, as the special catholic theological and pastoral thought ankylosis, especially to the particular proeminence of science and reason, has knowed in Portugal a deep and even a radical evolution: an evolution that made possible that religion was no longer thought by the philosophy according the Christianity, being thought since this period mainly in rational and mystic terms, as Reason Religion.

ISSN: 0870-5283; 2183-461X

DOI: http://doi.org/10.17990/RPF/2011_67_2_0207

Texto Completo: https://www.publicacoesfacfil.pt/product.php?id_product=154

Palavras-Chave: catolicismo,ciência,filosofia da religião,mis

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