Historiografia e Negação do Holocausto: o caso Lipstadt vs. Irving

v.5 n.10 (2020) • Revista Primordium

Autor: WALLACE GUILHERME SOARES DE BRITO

Resumo:

Este trabalho tem como objetivo elaborar uma interface entre filosofia e cinema a partir de uma análise temática do filme "Negação" (2016) sob o viés do verbete Filosofia da História de Daniel Little (2016); o que faremos através de uma síntese da trama que envolve dois escritores: a professora Deborah Lipstadt, historiadora; e David Irving, autor negacionista do Holocausto. Utilizaremos como fontes a obra Negação, da Professora Lipstadt, bem como o bestseller Hitler’s War (1977), do Irving. Focaremos nos argumentos apresentados por Irving, quais sejam: Hitler não sabia da “Solução Final”, e quando soube tentou evitá-la; nenhuma pessoa foi executada nos campos de extermínio nazistas e, por fim, o que conhecemos como Holocausto não aconteceu. Os compararemos com três conceitos desenvolvidos por Little (2016) em seu verbete mencionado: o papel do historiador, os critérios de verificação que atestam suas "verdades" e a possibilidade de neutralidade na pesquisa, analisando o filme à luz da obra de ambos os autores. Concluímos que Irving se distancia do viés História da Filosofia e que sua argumentação é baseada em deturpações de documentos históricos, especulações infundadas e sua vontade pessoal de que fosse verdade.

Abstract:

This work aims to elaborate an interface between historiography and cinematography based on a thematic analysis of the film "Negação" (2016) under the bias of the entry Philosophy of History by Daniel Little (2016); what we will do through a synthesis of the plot that involves two writers: professor Deborah Lipstadt, historian; and David Irving, author and Holocaust denialist. We will use as sources the book Negação (2017), by Professor Lipstadt, as well as the bestseller Hitler’s War (1977), by Irving. We will focus on the arguments presented by Irving, namely: Hitler did not know about the “Final Solution”, and when he did he tried to avoid it; no one was executed in the Nazi death camps and, finally, what we know as the Holocaust did not happen. We will compare them with three concepts developed by Little (2016) in his mentioned entry: the role of the historian, the verification criteria that attest to his "truths" and the possibility of neutrality in the research, analyzing the film in the light of the work of both authors . We conclude that Irving distances himself from the History of Philosophy bias and that his argument is based on misrepresentations of historical documents, unfounded speculations and his personal desire for it to be true.

ISSN: 2526-2106

DOI: https://doi.org/10.14393/REPRIM-v5n10a2020-58373

Texto Completo: http://www.seer.ufu.br/index.php/primordium/article/view/58373

Palavras-Chave: Historiografia, Negação do Holocausto, Antissemitismo.

Revista Primordium

ISSN: 2526-2106 Ano de fundação: 2016 Periodicidade Semestral Qualis Capes: B3

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