CONTRA A PERFEIÇÃO, O MELHORAMENTO HUMANO OU PELA DÁVIDA? UMA ANÁLISE DOS ARGUMENTOS DE MICHAEL SANDEL SOBRE A ENGENHARIA GENÉTICA

Síntese - Revista de Filosofia v.48, n.152 • Síntese - Revista de Filosofia

Autor: Murilo Mariano Vilaça

Resumo:

No presente artigo, apresento e analiso criticamente os argumentos de Michael Sandel contra os usos não terapêuticos (ou melhoradores) da engenharia genética. Parto de considerações sobre algumas tendências presentes no debate bioético (seção 1) e do delineamento da vertente bioconservadora/antimelhora- mento (seção 2), à qual Sandel está associado. Após, destaco o modo como ele utiliza o conceito de dádiva para criticar a perfeição/o melhoramento, aplicando-o a dois casos específicos, melhoramento genético de atletas e da descendência, retórica sobre a qual faço algumas ponderações críticas (seção 3). Com base nestas, concluo que o conceito de dádiva não é adequado para sustentar uma proscrição moral do biomelhoramento humano em sociedades livres e pluralistas.

Abstract:

In this article, I present and critically analyze Michael Sandel’s argu- ments against the non-therapeutic (or enhancement) uses of genetic engineering. I start with considerations about some trends in the current bioethical debate (section 1), followed by an outline of the bioconservative or anti-enhancement perspective (section 2), assumed by Sandel. I then highlight the way Sandel uses the concept of gift to criticize perfection/enhancement, applying it to two specific cases, the genetic enhancement of athletes and oHspring, rhetoric about which I make some critical considerations (section 3). From this, I conclude that the concept of gift is not adequate to sustain a moral ban on human enhancement in free and pluralistic societies.

ISSN: 2173-8379

DOI: 10.20911/21769389v48n152p779/2021

Texto Completo: http://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/view/4898/4737

Palavras-Chave: Engenharia genética. Perfeição. Melhoramento humano. Dádiva. Michael Sandel.