ROSTO, ÉTICA E ALTERIDADE. POR UM PENSAMENTO OUTRAMENTE TRÁGICO EM EMMANUEL LEVINAS

Síntese - Revista de Filosofia v. 50. n.158 • Síntese - Revista de Filosofia

Autor: Nilo Ribeiro Junior

Resumo:

A investigação que se segue tem como escopo evidenciar os motivos que permitem (re)posicionar a filosofia da alteridade Emmanuel Levinas para além de sua então reconhecida vinculação à fenomenologia. Trata-se de situá-la, paradoxalmente, no rol de um pensamento de corte trágico graças à oposição ao romantismo Idealismo da filosofia moderna. Entretanto, como foco a reflexão do autor se volta explicitamente para a ética sui generis que brota da visceral relação/interpelação advinda do contato/Dizer de um Rosto humano que não pode ser reduzido ao Logos, urge enfatizar, por um lado, certa aproximação de seu pensamento tanto da genealogiada moral em Nietzsche como da ética originária ontológica em Heidegger. Por outro lado, pretende-se apontar para certo distanciamento desse outro niilismo que se consolida em torno da ética da alteridade em realção ao pensamento dos referidos filósofos trágicos. Afinal, a ética do Rosto visa pensar outramente a transmutação de valores que já não tem como objeto a vontade de potência e/ou o cuidado da Existência pelo ser humano. Graças à radical (alter)ação da condição humana provocada pelo dizer da proximidade do Outro-próximo, desponta nesse cenário uma subjetividade que se caracteriza por uma autêntica maternagem e por uma substituição de outrem. Tendo-se, pois, em mente essas constatações, procurar-se-á descrever os traços indeléveis de certo niilismo disruptivo presente na gênese da filosofia trágica do Rosto do outro.

Abstract:

The following investigation aims to highlight the reasons why Em-manuel Levinas’ philosophy of alterity can be (re)positioned beyond its then-recognized link to phenomenology. t is a question of placing it, paradoxically, on the list of tragic thinking, thanks to its opposition to the romanticism of modern philosophy's Idealism.However as the focus of the author's reflection is explicitly on the sui generis ethics that springs from the visceral relation-ship/interpellation arising from the contact/saying of a human Face that cannot be reduced to the Logos, it is urgent to emphasize, on the one hand, a certain approximation of his thought to both the genealogy of marality in Nietzsche and the original ontological ethics in Heidegger. On the other hand, the aim is to point out a certain distance between this other nihilism that is consolidated around the ethics of alterity and the thinking of the aforementioned tragic phiiosophers. After all, the ethics of the Face aims to think differently about the transmutation of values that no longer have as their object the will to power and/or the care of Existence by the human being.Thanks to the radical (alter)action of the human condition brought about by the proximity of the Other-next, a subjectivity emerges in this scenario that is characterized by authentic mothering and a substitution for another. ith these observations in mind, we will try to describe the indelible traces of a certain disruptive nihilism present in the genesis of the tragic philosophy of the Face of the Other.

ISSN: 2173-8379

DOI: 10.20911/21769389v50n158p489/2023

Texto Completo: https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/view/5427/5166

Palavras-Chave: Alteridade. Niilismo. Ética. Filosofia. Linguagem.