A FILOSOFIA E OS LIMITES DO SENTIDO: A QUESTÃO DO CONHECIMENTO DO REAL EM BERGSON
Síntese - Revista de Filosofia v.51. n.160 • Síntese - Revista de Filosofia
Autor: Evaldo Silva Pereira Sampaio
Resumo:
Trata-se aqui de pensar a teoria da linguagem de Bergson como um recurso de seu método intuitivo. Embora ele jamais tenha elaborado explicitamente uma filosofia da linguagem, as reflexões sobre como as palavras se entrelaçam aos nossos pensamentos e à maneira como conhecemos o real perpassam diversos momentos de sua obra, ao ponto dele definir a tarefa da Metafísica (isto é, da Filosofia) como uma tentativa de se ir além dos símbolos. Apesar do esforço exegético a ser aqui desenvolvido para apresentar a concepção bergsoniana quanto à linguagem, a pretensão é sobretudo sistemática pelo contraponto desta com as teses da chamada reviravolta linguística (lingustic turn). Assim, mesmo que obliquamente, ao me interrogar o que a teoria da linguagem de Bergson nos diz acerca do conhecimento do real e, por conseguinte, da natureza da própria Filosofia, estarei também me questionando quanto ao estatuto da contemporânea crítica da linguagem. Meu objetivo é enfim mostrar que a discussão sobre a filosofia e os limites da linguagem é menos uma questão teórica do que uma decisão fundamental quanto à procura pela sabedoria.
Abstract:
The aim of this article is to consider Bergson's theory of language as a resource of his intuitive method. Although he never explicitly elaborated a philosophy of language, his reflections on how words intertwine with our thoughts and the way we know reality permeate various moments of his work, to the point where he defines the task of Metaphysics (i.e. Philosophy) as an attempt to go beyond symbols. Despite the exegetical effort to be developed here to present Bergson's conception of language and its centrality to the coherence of his philosophy, the pretension is above all systematic in its counterpoint with the theses of the so-called linguistic turn. Thus, by asking what Bergson's theory of language tells us about knowledge of reality and, consequently, about the nature of philosophy itself, I will also be questioning the status of the critique of language in contemporary philosophy. My aim is finally to show that the discussion about philosophy and the boundaries of language is less a theoretical question than a fundamental decision about the search for wisdom.
ISSN: 0103-4332
DOI: 10.20911/21769389v51n160p219/2024
Texto Completo: https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/view/5767/5291
Palavras-Chave: Sabedoria. Intuição. Filosofia da linguagem. Reviravolta linguística. Henri Bergson.