RHYTHMEASURE REVISITED. DURATION-NUMBER, MULTI-TIME SCALE THEORY, ETHICS OF DÉMESURE IN BERGSON?S PHILOSOPHY
Síntese - Revista de Filosofia v.51. n.160 • Síntese - Revista de Filosofia
Autor: Hisashi Fujita
Resumo:
O conceito central de Bergson, a duração, por vezes ilustrada com exemplos de melodia, é mais conhecido por sua multiplicidade qualitativa, heterogênea e sobretudo não quantificável. No entanto, os exemplos acerca da duração apresentados no Ensaio sobre os Dados Imediatos da Consciência – tais como “a oscilação regular do pêndulo” ou “as sucessivas badaladas de um sino distante” – sugerem um fenômeno periódico que parece requerer uma outra perspectiva quanto ao ritmo. Quando nós “nos lançamos no ritmo”, percebemos uma qualidade numérica sem qualquer contagem. O ritmo faz vislumbrar uma “outra forma de medida”. Concentrar-se na “organização rítmica do todo” no interior da duração poderia revelar o segredo da enigmática frase de Bergson: “Esta heterogeneidade contém o número apenas potencialmente”. Este artigo reexamina o âmbito teórico da medida-rítmica de duas maneiras. Primeiramente, mostra como esta imagem mediadora que forjamos é renovada pelos recentes estudos que enfatizam a duração numérica (Miravete) ou a teoria da escala multi-temporal (Hirai). Depois, serão exploradas as implicações ético-políticas da medida-rítmica. Em seu último livro, As Duas Fontes da Moral e da Religião, Bergson apresenta várias imagens de uma justiça “que não mais evoca ideias de relatividade ou proporção, mas, pelo contrário, de incomensurabilidade e de absoluto”. Tenta-se então mostrar como a própria ambiguidade desta desproporcionalidade parece revitalizar a famosa oposição entre “o fechado e o aberto”.
Abstract:
Often illustrated with the examples of melody, Bergson’s key concept of durée is best known for its qualitative, heterogeneous, and thus immeasurable multiplicity. However, the examples he gives in Time and Free Will—such as “the regular oscillations of a pendulum” or “the successive strokes of a distant bell”—suggest rather periodic phenomena that would require another perspective in terms of rhythm. When we “get into a rhythm,” we perceive a numerical quality without counting. Rhythm makes glimpse “Otherwise than Measuring”. Focusing on the “rhythmic organization of the whole” within duration could reveal the secret of Bergson’s enigmatic phrase: “this heterogeneity contains number only potentially.” This paper reexamines the theoretical scope of rhythmeasure in two ways. First, it shows how this image médiatrice we forged is going to be renewed by recent studies emphasizing duration-number (Miravete) or multi-time scale theory (Hirai). Second, it explores the ethico-political implications of rhythmeasure. Bergson, in his last book Two Sources of Morality and Religion, multiplies images of “a justice (…) which no longer evokes ideas of relativity and proportion, but, on the contrary, of the incommensurable and the absolute”. The very ambiguity of démesuré revitalizes the famous opposition of “the closed/the open”.
ISSN: 0103-4332
DOI: 10.20911/21769389v51n160p287/2024
Texto Completo: https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/view/5770/5294
Palavras-Chave: Duração. Ritmo. Número. Ética. Démesure.