WHAT IS THIS PAIN THAT I FEEL? ON THE IMPORTANCE OF THE NOCICEP-TIVE SYSTEM FOR THE INTEROCEPTIVE EXPERIENCE OF PAIN

Síntese - Revista de Filosofia v.51. n.161 • Síntese - Revista de Filosofia

Autor: Daniel De Luca-Noronha

Resumo:

Embora a natureza multidimensional da experiência da dor seja reconhecida por muitos pesquisadores, as relações entre as dimensões nem sempre são esclarecidas. Uma questão importante diz respeito à relação entre o sistema nociceptivo, que faz parte do sistema nervoso periférico, e a experiência interoceptiva da dor, que é invadida por processos cognitivos e emocionais. Alguns pesquisadores em neurociência, bem como em filosofia, defendem o que chamaremos de “tese da dispensabilidade”: que o sistema nociceptivo é contingente à experiência da dor. Consequentemente, a ativação nociceptiva é suficiente, mas não necessária para a experiência da dor. À primeira vista, essa visão pode explicar casos difíceis de diagnosticar, como certos tipos de dor crônica e dor de membro fantasma. No entanto, o problema com essa visão é que ela não aborda dois desideratos das teorias da dor: primeiro, uma questão conceitual, consiste na dificuldade experimentada por pacientes com dor crônica em relatar sua própria dor. Segundo, uma questão empírica, relacionada a pesquisas recentes que relacionam dor crônica a problemas no processamento do sinal de dor devido a uma hipersensibilidade do sistema nociceptivo que sobrecarrega a interocepção. Esses dois desiderata estão intimamente conectados: a hipersensibilidade do sistema nociceptivo sobrecarrega a interocepção, excedendo assim as capacidades descritivas dos pacientes. Assim, argumentaremos que para uma teoria da dor atender a esses desiderata, ela deve se comprometer com a indispensabilidade do sistema nociceptivo.

Abstract:

Although the multidimensional nature of pain experience is acknowledged by many researchers, the relationships among dimensions are not always clarified. An important issue concerns the relationship between the nociceptive system, which is part of the peripheral nervous system, and the interoceptive experience of pain, which is encroached by cognitive and emotional processes. Some researchers in the neurosciences, and in philosophy, hold what we will refer to as the “dispensability view”: that the nociceptive system is contingent on the experience of pain. Accordingly, nociceptive activation is sufficient, but not necessary to pain experience. At first glance, this view seems suitable for explaining pain cases that are difficult to diagnose, such as certain types of chronic pain and phantom limb pain. However, the view is that it fails to address two desiderata of pain theories: first, a conceptual issue, consists of the difficulty experienced by chronic pain patients in reporting their own pain. Second, an empirical issue, relates to recent research relating chronic pain to problems in pain signal processing due to a hypersensitivity of the nociceptive system that overburden the interoception. These two desiderata are closely connected: the hypersensitivity of the nociceptive system overloads interoception, thereby exceeding the descriptive capabilities of patients. Thus, we will argue that for a theory of pain to meet these desiderata, it must commit to the indispensability of the nociceptive system.

ISSN: 0103-4332

DOI: 10.20911/21769389v5n161p577/2024

Texto Completo: https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/view/5858/5334

Palavras-Chave: Pain. Nociception. Philosophy of pain. Philosophy of mind.