Comentário Uma resposta estética (extravagante?) para um "problema insolúvel"
v. 43 Edição especial (2020) • Trans/Form/Ação: Revista de Filosofia da Unesp
Autor: Osvaldo Fontes Filho
Resumo:
O texto de Jeovane Camargo evoca com insistência a figura do “problema insolúvel”. Ela lhe é sugerida pelo próprio autor que serve de objeto para sua análise. Merleau-Ponty, como se sabe, assume em O visível e o invisível que os problemas suscitados em sua inicial fenomenologia da percepção se mostram insolúveis, por força da dualidade ali persistente entre sujeito e objeto, corpo e mundo, percepção e linguagem. O texto de Jeovane Camargo é por inteiro pautado na observância de insuficiências (trabalho de desconfiança do filósofo, garante-lhe Nietzsche) de um pensamento que não parece capaz de avançar para além de uma “dimensão negativa”: a falta, o vazio, a ausência, o invisível. A conclusão é peremptória: a postulação de um solo originário antepredicativo é a razão dos problemas insolúveis nos quais recai o filósofo, em sua fenomenologia da percepção. O ajuizamento final é, mesmo, um tanto severo: na impossibilidade de se subtrair às dicotomias renitentes entre corpo e mundo, a ontologia merleau-pontyana teria passado a contemplar “uma sensibilidade do próprio mundo”, processo de generalização/ampliação da perspectiva inicial (o ser percebido como “um recorte do Ser total”), modo de o filósofo se dar “um sentimento de bem estar – um sentimento de poder”.
ISSN: 1980-539X
DOI: https://doi.org/10.1590/0101-3173.2020.v43esp.18.p257
Texto Completo: https://www.scielo.br/j/trans/a/mVdwfXpVGmMKT9cGK9xYXfg/?format=html&lang=pt
Palavras-Chave: Merleau-Ponty, Dimensão negativa
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