A ironia trágica de Machado de Assis

Viso · Cadernos de estética aplicada N° 1 • Viso: Cadernos de Estética Aplicada

Autor: Patrick Pessoa

Resumo:

O texto defende, a partir de uma análise das Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que a ironia do autor deve ser lida como uma espécie de ironia trágica. A fundamentação dessa hipótese é realizada em três etapas: na primeira, apresenta-se o conceito de ironia trágica, como tematizado por Christoph Menke e Wayne Booth; na segunda, mostra-se como a noção de ironia trágica permite compreender a célebre definição de Lukács de que “a ironia é a objetividade do romance”; finalmente, o texto discute como o conceito de ironia trágica ao mesmo tempo esclarece e subverte as interpretações tradicionais da obra de Machado de Assis.

Abstract:

Based upon an analysis of  Confessions of a small time winner, by Machado de Assis, this paper suggests that the irony of the Brazilian author must be understood as an example of “tragic irony”. The justification of this hypothesis is presented in three stages: first, I introduce the very concept of tragic irony, as defined by Christoph Menke and Wayne Booth; second, I show how this notion may be employed to understand that famous passage in which Lukács defines irony as the “objectivity of the novel”; finally, I discuss how the concept of tragic irony simultaneously illuminates and undermines the traditional interpretations of Machado de Assis’ work.

Texto Completo: http://revistaviso.com.br/visArtigo.asp?sArti=7

Palavras-Chave: Machado de Assis, ironia, tragédia , Menke, L

Viso: Cadernos de Estética Aplicada

viso s.m. 1 modo de apresentar-se, aparência, aspecto, fisionomia 2 sinal ou resquício que deixa entrever algo; vestígio, vislumbre 3 recordação vaga; reminiscência 4 modo de ver, opinião, parecer 5 o cume de uma elevação, monte ou montanha 6 pequena colina, monte, outeiro 7 obsl. o órgão da visão, a vista. ETIM lat. visum ‘visão, imagem, espetáculo’.