Herbert Marcuse vai a Paris, Texas

Viso · Cadernos de estética aplicada N° 4 • Viso: Cadernos de Estética Aplicada

Autor: Patrick Pessoa

Resumo:

Este ensaio fornece uma interpretação do filme Paris, Texas, de Wim Wenders, à luz da dialética da civilização como apresentada por Herbert Marcuse em Eros e civilização: uma interpretação filosófica do pensamento de Freud. Para que a “aplicação” do pensamento de Marcuse ao filme de Wenders não soterre a obra de arte com filosofemas previamente existentes e de uso disseminado, o contato entre a imagem do cineasta e a palavra do filósofo acontece em uma via de mão dupla. Assim, se a princípio a caracterização marcuseana da dialética entre a pulsão erótica e as demandas da civilização serve para articular algumas das imagens do filme de Wenders, tentamos mostrar, no final de nosso percurso, como o filme de Wenders permite a formulação de algumas questões que tornam visível o quanto o próprio Marcuse negligenciou uma das principais contribuições de Freud para a reflexão estética: a relação essencial entre a pulsão de morte e a negatThis essay interprets Wim Wenders' Paris, Texas based on Herbert Marcuse's concept of 'dialectic of civilization' as presented in Eros and Civilization. To prevent that the application of Marcuse's thought to Wenders would arbitrarily read common philosophical notions into the movie, we propose a two-way approach. On the one hand, we employ Marcuse's dialetic between erotic drive and the demands of civilization to articulate some of Wenders' images; on the other hand, we also try to show that his film raises questions that eventually show how Marcuse overlooked one of Freud's main contributions to the aesthetic debate: the essential relationship between the death drive and the negativity of art.ividade da arte.

Abstract:

This essay interprets Wim Wenders' Paris, Texas based on Herbert Marcuse's concept of 'dialectic of civilization' as presented in Eros and Civilization. To prevent that the application of Marcuse's thought to Wenders would arbitrarily read common philosophical notions into the movie, we propose a two-way approach. On the one hand, we employ Marcuse's dialetic between erotic drive and the demands of civilization to articulate some of Wenders' images; on the other hand, we also try to show that his film raises questions that eventually show how Marcuse overlooked one of Freud's main contributions to the aesthetic debate: the essential relationship between the death drive and the negativity of art.

Texto Completo: http://revistaviso.com.br/visArtigo.asp?sArti=27

Palavras-Chave: cinema ,psicanálise ,Wenders ,Marcuse ,Freud,

Viso: Cadernos de Estética Aplicada

viso s.m. 1 modo de apresentar-se, aparência, aspecto, fisionomia 2 sinal ou resquício que deixa entrever algo; vestígio, vislumbre 3 recordação vaga; reminiscência 4 modo de ver, opinião, parecer 5 o cume de uma elevação, monte ou montanha 6 pequena colina, monte, outeiro 7 obsl. o órgão da visão, a vista. ETIM lat. visum ‘visão, imagem, espetáculo’.