Diagrama e catástrofe: Deleuze e a produção de imagens pictóricas

Viso · Cadernos de estética aplicada N° 15 • Viso: Cadernos de Estética Aplicada

Autor: Cíntia Vieira

Resumo:

O artigo é uma leitura das duas primeiras aulas proferidas por Deleuze em torno da pintura no início de 1981. Seu intuito é expor a articulação entre os conceitos de catástrofe (ou caos, conforme o vocabulário escolhido seja o das aulas ou o de O que é a filosofia?) e de diagrama. Tal par conceitual encontra-se no cerne da produção de fatos pictóricos ou novas imagens com força suficiente para se contrapor ao conjunto de imagens-clichê. Diagrama designa o procedimento por meio do qual o pintor obtém algum ordenamento do caos resultante da dissolução das imagens já vistas e tornadas clichê, permitindo, ainda assim, a continuidade da ação das forças de deformação advindas do caos. Outro tema visitado pelo artigo é a primazia conferida por Deleuze à relação da pintura com o tempo, em detrimento daquela entretida com o espaço. Interessante notar que não só a definição desses conceitos, como também o vocabulário empregado para nomeá-los atesta que foram criados em meio ao estudo das obras pictóricas e textuais dos pintores, como que em parceria com estes.

Abstract:

This paper analyses two of Deleuze’s lectures about painting presented in 1981, in order to expose the binding between the concepts of catastrophe (or chaos, according to What is Philosophy? vocabulary) and diagram. This couple of concepts find themselves in the center of the production of pictorial facts or new images with sufficient force to balance the set of cliché images. Diagram defines the procedure through which the artist obtains some planning of the resulting chaos from the dissolution of already seen images which have become cliché, allowing still the continuity of the action of forces of deformation arising from chaos. Another visited theme by the article is the primacy brought by Deleuze on the relation between time and painting, at the cost of the entertainment with space. It is interesting to note that not only the definition of those concepts, as is also the vocabulary used to name them testifies that they were created among the studio of pictorial and textual pieces of the artists, as in partnership with them.

Texto Completo: http://revistaviso.com.br/visArtigo.asp?sArti=141

Palavras-Chave: Deleuze, Bacon , pintura , diagrama , catást

Viso: Cadernos de Estética Aplicada

viso s.m. 1 modo de apresentar-se, aparência, aspecto, fisionomia 2 sinal ou resquício que deixa entrever algo; vestígio, vislumbre 3 recordação vaga; reminiscência 4 modo de ver, opinião, parecer 5 o cume de uma elevação, monte ou montanha 6 pequena colina, monte, outeiro 7 obsl. o órgão da visão, a vista. ETIM lat. visum ‘visão, imagem, espetáculo’.