Eternidade frágil: tempo existencial e abstração

Viso · Cadernos de estética aplicada N° 15 • Viso: Cadernos de Estética Aplicada

Autor: Marco Antonio Casanova

Resumo:

O objetivo central do presente texto é apresentar as consequências da redução da totalidade a esse mundo que é o nosso para as artes em geral, assim como para as artes plásticas em específico. Para tanto, busco antes de tudo articular o caráter abstrato da pintura contemporânea com a paisagem que nos é mais própria. Em um mundo marcado por uma complexidade absolutamente irredutível a categorias racionais previamente dadas, sem qualquer possibilidade de contar com uma orientação para ação que assegure de uma vez por todas o seu caráter próprio, desaparece por completo a possibilidade de pensar em projetos prévios de ação, em estudos que venham realmente a preparar o campo de nossa realização. Isso justamente nos coloca em contato com a arte abstrata e com a sua capacidade de, sem regras dadas de antemão, seguir a necessidade do instante em nome de constelações que se formam no instante e que resistem à corrosão do tempo: eternidade frágil.

Abstract:

The central aim of the present paper is to develop the consequences of the reduction of the totality of being to this our world for ars in general, for painting in particular. In order to do that, I try after all to articulate the abstractiveness of modern paint with the complexity of our present existence. In a world completely inacessible for our rational categories a priori, there is no possibility to count with na orientation to act capable to assure absolutely the correct way to face the situations. This opens a special significance for abstract ars because it is in fact all the time confrontated with the need of the instante working for the construction of instantaneous constelations which nevertheless resist time: fragile eternity.

Texto Completo: http://revistaviso.com.br/visArtigo.asp?sArti=149

Palavras-Chave: tempo , pintura,Klee ,Pollock, time,painting

Viso: Cadernos de Estética Aplicada

viso s.m. 1 modo de apresentar-se, aparência, aspecto, fisionomia 2 sinal ou resquício que deixa entrever algo; vestígio, vislumbre 3 recordação vaga; reminiscência 4 modo de ver, opinião, parecer 5 o cume de uma elevação, monte ou montanha 6 pequena colina, monte, outeiro 7 obsl. o órgão da visão, a vista. ETIM lat. visum ‘visão, imagem, espetáculo’.