Comentário sobre a esperança em O homem unidimensional, de Herbert Marcuse
Viso · Cadernos de estética aplicada N° 15 • Viso: Cadernos de Estética Aplicada
Autor: Imaculada Kangussu
Resumo:
De acordo com o modelo adotado pelo Grupo de Trabalho em Estética, o presente escrito é um comentário ao texto do colega Bruno Guimarães, “Arte, liberdade e política, em diálogo com Danto”. “Somente para os desesperados é que nos foi dada a esperança”: essa frase enigmática, com a qual Marcuse encerra o livro One-Dimensional Man, aparece na última parte do trabalho comentado e é o foco desse ensaio. Trata-se de uma citação que Marcuse faz de Walter Benjamin que com ela também termina seu ensaio sobre As afinidades eletivas, de Goethe (“Goethes Wahlverwandtschaften”). Cabe a pergunta: o que o homem unidimensional tem em comum com a novela romântica de Goethe? Tendo como foco a ideia de esperança, discorremos sobre os três textos – o de Marcuse, o de Benjamin e o de Goethe – com o propósito de esclarecer o, quase desesperado, conceito de esperança que brilha no final das obras de Benjamin e de Marcuse. A escolha foi motivada por duas razões: por o outro comentador, Rodrigo Duarte, ter se dedicado, durante um tempo considerável, ao estudo das reflexões de Danto, com mestria admirável e, portanto, ser capaz de analisá-las com competência indiscutível; e pelo fato de One-Dimensional Man, a obra mencionada de Marcuse, filósofo a cujo estudo venho me dedicando, neste ano de 2014 comemorar seu cinquentenário e, com isso, justificar o desejo de fazer-lhe essa homenagem.
Abstract:
This paper addresses Bruno Guimarães’ “Freedom, Identity and Politics in Contemporary Art: a Dialogue with Danto” focusing on the Marcuse’s enigmatic sentence – “It is only for the sake of those without hope that hope is given to us” – which ends his book One-Dimensional Man and is also mentioned by Guimarães. It is a quote from Walter Benjamin, taken from the end of his essay on Goethe’s Elective Affinities (“Goethes Wahlverwandtschaften”). What does the unidimensional man have in common with Goethe’s romantic novel? We analyze the three texts – Marcuse’s, Benjamin’s and Goethe’s – in attempt to elucidate the almost desperate concept of hope what shines in the end of the works by Benjamin and Marcuse.
Texto Completo: http://revistaviso.com.br/visArtigo.asp?sArti=158
Palavras-Chave: Eros, estética , política ,teoria crítica ,a
Viso: Cadernos de Estética Aplicada
viso s.m. 1 modo de apresentar-se, aparência, aspecto, fisionomia 2 sinal ou resquício que deixa entrever algo; vestígio, vislumbre 3 recordação vaga; reminiscência 4 modo de ver, opinião, parecer 5 o cume de uma elevação, monte ou montanha 6 pequena colina, monte, outeiro 7 obsl. o órgão da visão, a vista. ETIM lat. visum ‘visão, imagem, espetáculo’.