Destino e liberdade: Um ensaio sobre a teleologia latente na filosofia da arte de Arthur Danto

Viso · Cadernos de estética aplicada N° 16 • Viso: Cadernos de Estética Aplicada

Autor: Debora Pazetto

Resumo:

Em seus escritos analíticos, Arthur Danto critica as “filosofias substantivas da história”, que adotam uma atitude profética ao descrever acontecimentos passados ou presentes de acordo com um sentido histórico que pressupõe acontecimentos futuros. Contudo, em A transfiguração do lugar comum, o autor afirma claramente que busca uma definição de arte que não possa ser refutada por contraexemplos futuros. Nesse contexto, a Brillo Box de Andy Warhol aparece como a expressão da autoconsciência da arte que marca o final de sua história. No entanto, afirmar que a história da arte acabou pressupõe uma concepção substantiva da história, dirigida para um telos final que dá significado a seus estágios anteriores. Em outras palavras, contrariamente a suas pretensões analíticas anteriores, a filosofia da arte dantiana não consegue evitar previsões do futuro baseadas em uma noção teleológica da história. Em sua narrativa, tudo se passa como se a essência da arte exigisse certa história, e não como se a história construísse, em função de um imenso jogo de interesses e contingências, o conceito de arte.

Abstract:

In his analytical writings, Arthur Danto criticizes the “substantive philosophies of history”, which adopt a prophetical attitude in describing past or present events according to a historical sense that presupposes future events. However, in The Transfiguration of the Commonplace, the author clearly states that he seeks for a definition of art that cannot be refuted by future counterexamples. In this context, Andy Warhol`s Brillo Box appears as the expression of the self-consciousness of art that marks the end of its history. Nevertheless, to state that art history has ended presupposes a substantive conception of history, directed towards a final telos that gives meaning to its earlier stages. In other words, contrary to his previous analytical application, Danto`s philosophy of art cannot prevent predictions of the future based on a teleological conception of history. In his narrative, everything happens as if the essence of art requires a certain history, and not as if history interestedly and contingently build the concept of art.

Texto Completo: http://revistaviso.com.br/visArtigo.asp?sArti=161

Palavras-Chave: teleologia, história da arte , modernismo ,ar

Viso: Cadernos de Estética Aplicada

viso s.m. 1 modo de apresentar-se, aparência, aspecto, fisionomia 2 sinal ou resquício que deixa entrever algo; vestígio, vislumbre 3 recordação vaga; reminiscência 4 modo de ver, opinião, parecer 5 o cume de uma elevação, monte ou montanha 6 pequena colina, monte, outeiro 7 obsl. o órgão da visão, a vista. ETIM lat. visum ‘visão, imagem, espetáculo’.